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Jardinagem

Moréia: a planta coringa que transforma qualquer jardim brasileiro

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Resumo

• A moréia, originária da África do Sul, destaca-se por sua resistência, floração delicada e grande adaptabilidade aos jardins brasileiros.
• É ideal para bordaduras, maciços e canteiros estreitos, formando moitas densas e ornamentais com baixa manutenção.
• Tolera sol forte, vento e períodos de seca, exigindo apenas solo bem drenado, podas simples e regas moderadas.
• Pode ser cultivada em vasos ou no solo, desde que tenha espaço para o crescimento das touceiras e ampla exposição solar.
• Suas três variedades principais exibem flores brancas ou amarelas, folhas longas e elegantes e excelente valor paisagístico.

A moréia, com sua delicadeza que lembra pequenas orquídeas silvestres, é uma daquelas plantas que surpreendem pela combinação entre beleza e funcionalidade. Originária da África do Sul, ela se estabeleceu com facilidade nos jardins brasileiros graças à sua grande resistência climática, à textura elegante das folhas em leque e à floração abundante, que se repete ao longo dos meses mais quentes. Mesmo em jardins compactos ou canteiros estreitos, a espécie se destaca não apenas pelo aspecto ornamental, mas também pela capacidade de estruturar o paisagismo com leveza e movimento.

Essa versatilidade explica por que a moréia ocupa lugar de destaque em projetos de estilos variados. “Funciona bem em bordaduras, maciços, caminhos, áreas públicas e projetos contemporâneos. É muito utilizada em canteiros com limitação de espaço por não possuir raízes agressivas e ser de fácil manejo”, observa o engenheiro agrônomo e paisagista Ivo Racca, que vê na planta uma solução elegante para composições que exigem baixo cuidado e grande impacto visual.

Uma herbácea resistente que se adapta ao país inteiro

A moréia é uma herbácea perene e rizomatosa, estruturando-se por meio de caules subterrâneos que se espalham horizontalmente e formam moitas densas. Essa característica, aliás, contribui para seu uso como bordadura ou como preenchimento de áreas extensas, sem que haja necessidade de podas frequentes. A floração prolongada, sempre discreta e charmosa, surge com vigor nos períodos quentes do ano, enquanto a planta segue firme diante de vento, sol forte e pequenos períodos de estiagem.

Moréia: a planta coringa que transforma qualquer jardim brasileiro

De acordo com o paisagista Ivo Racca, a manutenção é simples e intuitiva, desde que alguns cuidados básicos sejam observados. Ele explica que a rega moderada — de duas a três vezes por semana — e um solo bem drenado são suficientes para garantir o desenvolvimento saudável da planta. “A poda é simples: basta retirar folhas secas e, se necessário, dividir touceiras a cada um ou dois anos. Deve ser cultivada a pleno sol e é tolerante a baixas temperaturas, podendo ser cultivada em praticamente todo o país”, reforça o profissional.

Cultivo prático para jardins grandes ou pequenos

A moréia é reconhecida pela adaptabilidade, e isso inclui desde ambientes quentes até regiões de clima mais ameno. Essa flexibilidade faz com que a planta seja escolhida com frequência em projetos ao ar livre, como explica a paisagista Renata Guastelli. Para ela, a espécie possui uma “impressionante capacidade de se adaptar a diversos climas, dos mais amenos aos muito quentes. Sua presença é frequente em projetos de paisagismo ao ar livre, graças à robustez e ao fácil cuidado que requer”, afirma.

O plantio pode ser realizado diretamente no solo ou em vasos, desde que haja profundidade e espaço suficiente para acomodar o crescimento das touceiras. Entretanto, Renata alerta que a espécie aprecia ampla exposição solar e não demanda regas excessivas, bastando irrigá-la em intervalos maiores — até cinco dias — quando bem estabelecida. Assim, a moréia consegue equilibrar desenvolvimento saudável e economia de água, característica valorizada em jardins sustentáveis.

Características que encantam

Três variedades principais compõem o universo das moréias: Dietes grandiflora, Dietes bicolor e Dietes iridioides. Embora compartilhem forma semelhante de floração e estrutura de folhas longas, cada uma delas oferece nuances próprias. As variedades iridioides e grandiflora apresentam flores brancas que ganham detalhes em tons lilases ou azulados, enquanto a bicolor se destaca pelo tom creme-amarelado, marcado por manchas castanhas que lhe conferem forte apelo ornamental.

Moréia: a planta coringa que transforma qualquer jardim brasileiro

As folhas lineares, firmes e arqueadas criam um movimento sutil com o vento, formando moitas entre 40 e 90 centímetros de altura. Além disso, a textura elegante e o porte equilibrado permitem que a moréia seja usada tanto como elemento principal quanto como segundo plano em composições tropicais ou contemporâneas. “Forma moitas densas de folhas longas e eretas, ornamentais pelo seu formato e movimento. Suas flores são suaves, em tom creme-amarelado, marcadas por três manchas castanhas no centro”, detalha Ivo Racca, ressaltando o potencial da espécie para criar volume e dinamismo nos canteiros.

Uma escolha certeira para jardins brasileiros

Por unir rusticidade, estética delicada e exigência mínima de cuidados, a moréia se consolida como uma planta curinga para todo o Brasil. Em regiões quentes, mantém-se vigorosa mesmo sob sol intenso; em áreas frias, tolera baixas temperaturas sem perder o caráter ornamental. Além disso, sua capacidade de formar grupos densos e seu ritmo contínuo de floração fazem dela uma excelente opção para quem busca renovar o jardim com elegância e praticidade.

A variedade de cores, a longa durabilidade das folhas e a facilidade de cultivo garantem que a moréia se encaixe tanto em projetos residenciais quanto em espaços públicos, sempre conferindo um toque de leveza, movimento e sofisticação natural às composições paisagísticas.

  • Mel Maria é uma jardineira e empreendedora com mais de 10 anos de experiência no cultivo e comércio de plantas em Curitiba. Como proprietária da renomada Mel Garden, ela transformou sua paixão em uma autoridade local, especializando-se em flores, suculentas e projetos de paisagismo, área na qual atua diariamente.

    ​Sua expertise prática foi rapidamente reconhecida pela comunidade online. Mel contribui ativamente com artigos especializados para importantes plataformas do setor, começando pelo blog Maniadeplantas e hoje é uma autora de destaque na Agronamidia. Sua escrita compartilha o conhecimento adquirido em campo, oferecendo orientações detalhadas e altamente confiáveis para o cultivo e o paisagismo.

  • Ivo Racca é um engenheiro agrônomo com uma formação sólida e especializada em práticas sustentáveis. Atualmente, ele aprofunda seus estudos como mestrando em Fitotecnia na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
    Sua experiência profissional é marcada pela fundação e direção da Amazonita Paisagismo, onde aplica uma filosofia de trabalho centrada na agroecologia, no uso de espécies nativas e na promoção da biodiversidade em ambientes urbanos.
    Como paisagista, Ivo Racca é reconhecido por seus projetos que integram estética e funcionalidade ecológica, contribuindo também como colunista e especialista para publicações renomadas. Sua atuação reflete um compromisso com soluções paisagísticas que respeitam e valorizam o meio ambiente.

  • A paisagista Renata Guastelli, formada pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, atua há mais de 15 anos no mercado com seu escritório de soluções em paisagismo, destacando-se por projetos residenciais e corporativos que unem funcionalidade, estilo e conexão com a natureza. Sua filosofia de trabalho busca transformar os espaços verdes em locais de bem-estar, conforme demonstrado em sua estreia na CASACOR São Paulo 2024 com o projeto "Conexão Natural" e outros trabalhos de destaque, como o paisagismo da Clínica Romana. Reconhecida por sua expertise, Guastelli também é licenciada em jardins verticais e compartilha sua experiência em podcasts, solidificando sua reputação no cenário do paisagismo.